Como é difícil lidar com este sentimento, é uma sensação de como se nós não existíssemos, pois ninguém olha para nossas necessidades. Começamos então a armar um jeito de chamar atenção, de atrair olhares, querendo ser centro das coisas. Quando então não somos o centro, nos sentimos abatidos, isolados, com um olhar triste e uma vontade de chorar.
Nunca podemos nos decepcionar, nunca podemos sofrer, pois a carência não quer sofrimento. Quer poder fazer tudo em todo o tempo, saber mexer em tudo, sem adversário para copetição. Não é agradável esse sentimento, pois nos leva a entristecer sempre, por motivos infantis.
A carência nos leva a mentir muitas vezes, criando assim um projeto de vida, uma vida da qual não se vive verdadeiramente, é uma vida baseada em mentiras. A mentira é tanta em nossa vida que não temos mais um rumo certo a tomar, pois já estamos em tal nível de mentira que se voltar para trás será o fim de nossas vidas, já não terá mais para quem mentir e quem irá acreditar em nós?
Realmente é duro lhe dar com esse sentimento. A dor desse sentimento pode até nos levar ao suicídio, pois se não existir alguém que supra esse vazio, essa necessidade de ser amado e visto, não teremos sentidos para viver.
Percebemos através da carência que ninguém pode suprir esse vazio que sentimos dentro de nós, pois este sentimento de vazio que sentimos nenhum ser ou homem algum poderá então preencher. Somente Deus por ter nos criado, a tua imagem e semelhança, como nos vai mostrar no livro de Gênesis, de sermos criador por amor, para amar porque “Deus é amor” (IJo 4,8), pode suprir esse sentimento, pois este vazio é casa de Deus, como nos fala Santa Tereza de Jesus, o Castelo do Amado.
Então a única maneira de se curar a carência é deixando Deus habitar no que é d’Ele, para então assim viver uma vida de perfeita felicidade, não de uma alegria momentânea, mas de uma paz que não é ausência de sofrimento é martírio do corpo e consolo da alma.
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